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O TEMPO DO AMOR

Quanto tempo pode durar uma história de amor?

Ele sabia.

Seis dias.

Não que fosse amor. Não que o tempo fosse tão pouco.

Era mais.

Ele sabia.

Tinha o antes. E o depois. E o sem fim.

Nas fotos está tudo dito.

O único álbum da vida.

Registro.

Para não esquecer.

Para saber que o tempo tempo tempo é um senhor tão bonito.

Em seis dias cabe tudo o que pode haver numa história de amor.

A flechada.

Na pergunta: Você está bem?

- Sim.

- Não. Não estás.

Assentir. Consentir. E ter a mão que tocou o ombro, agora dada.

Dedos entrelaçados.

Apontando nova direção.

Em frente.

Mãos dadas por uma semana.

Tempo para tudo.

Permissão.

Deixar a flecha tapar o buraco aberto.

Estancar o sangue.

Fechar a ferida explícita.

Sorrir.

O sorriso da incredulidade. Da esperança. Do presente ganho.

De entender o recado.

Saia do buraco.

Entre no labirinto. No furacão. Deixe-se voar.

Suba nos ventos da paixão.

O amor pode durar tanto.

Se não for.

Se não tiver fim.

Mesmo com dias contados.

A beleza da entrega.

Tudo anotado.

Tudo dentro.

Tudo escrito. Em papel rosado. Tinta azul. No movimento do carro.

Não repare a letra.

Voz do coração.

A boca.

Os lábios.

Roteiro improvisado.

Tudo desanotado.

E o álbum.

Por que existe, será?

Para unir quem está. .

Para relembrar.

Para não deixar(se) esquecer.

Está tudo lá.

O vinho. O chá. O pé. A mão. O abraço. O beijo. A cama. A junção.

Os passeios.

O passear.

Dias intensos.

O turismo. O turista. A nativa.

A língua amiga.

A língua.

A costura por palavras.

Ditas. Escritas. Lidas. Repetidas. Silenciadas.

As que ainda não há.

Pensadas.

Planejadas.

O que se pode dizer, será?

Que um segundo é tempo que muda tudo.

Para o bem. Para o mal.

A mão no ombro, agora dada.

E um futuro que podia ser qualquer um.

E foi senão devaneio.

Não se mexe em história de amor com começo. Meio. Fim.

Só assim pode durar para sempre.

Do contrário, sobreviria o peso da caminhada.

A sede inevitável.

A fome nunca saciada.

História boa mesmo de amor é aquela nunca terminada.

Há que se respeitar o mapa.

Há que se prolongar a estada.

Num lugar futuro-sempre-infinito.

Ponto de parada.

O sorriso no papel.

As lágrimas apagadas.

Segue a viagem.

Segue-se à viagem o que virá.

Está tudo lá.

Dentro.

Na carne. Na alma. Na mala.

Em todo e qualquer lugar.

O tempo do amor é. Onde ele está.


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