Olhando para trás vejo que as comemorações de aniversário de minha filha têm uma identidade que se mantém.
Dessa vez, para os sete anos, a escolha, que foi sempre pelo ar livre, parou em área pública. No gramadão em frente ao nosso bloco.
A festa já levou 365 dias de preparo. Agora, dois. Não que seja o ideal. Recomendo um pouco mais de tempo. De calma. De programação.
Ela fez o convite – escreveu o texto com a gramática possível e fez o desenho, que passou por um tratamento básico e seguiu pelo WhatsApp para o grupo da escola e amigos.
Para as comidas chamamos uma profissional e amiga, Mari, que fez, na nossa cozinha, pastinhas, hambúrguer caseiro, curau, caldo, cachorro quente, quibe, pão de queijo, pipoca. Os pães foram encomendados.
Os sucos – de fruta – também saíram da nossa cozinha e desceram em suqueiras – uma própria, duas emprestadas. Aproveitei uma receita recém-apresentada por uma colega de trabalho (abacate, limão e hortelã), que fez sucesso. A água estava saborizada com hortelã e rodelas de limão. O segundo suco foi maracujá.
O carrinho de algodão doce, coisa que eu faço questão porque remete a minha infância, foi nossa única extravagância. A única contratação.
A decoração foi feita pelo pai de Morena, Fábio, e um amigo, parceiro de trabalho, que ofereceu ajuda e ainda fez um belo registro fotográfico do evento.
Eles penduraram bandeirinhas de tecido (empréstimo da escola onde ela estuda) e Fábio assinou a mágica que encantou a todos – fez descer do alto da árvore faixas de tecido colorido que faziam lembrar lona de circo.
No chão, toalhas de piquenique (emprestadas de duas amigas, Marta e Tatiana) e
puffs de palha, emprestados também. Uma companheira do grupo que temos na
vizinhança, o Quadra Viva, emprestou umas mesas de madeira baixinhas e lindas.
Não usamos descartáveis. Nem balões. Evitamos os resíduos.
Outros enfeites e detalhes contaram com a participação dos convidados.
Descemos uma variedade de brinquedos da própria Morena – livros, fantoches, fantasias, instrumentos musicais, bloquinhos de madeira e outras miudezas.
Ela abriu a maior parte dos presentes e brincou com eles ali mesmo junto com outros pequenos.
Espalhei bolas, cordas e bambolês pela área.
No convite, pedimos levassem bicicletas, patins e alegria.
O último item teve de sobra.
Aliás, foi o melhor deles.
Eu estava insegura – nas festas anteriores tivemos contadores de histórias, monitora para pintura em tecido e outras atividades dirigidas.
Nesta, oferecíamos o gramadão.
E as crianças surpreenderam com o uso que fizeram dele.
Criaram brincadeiras e abusaram das tradicionais, como o jogo de futebol.
Espalharam-se pelas redondezas da quadra, cuidadas por pais que se revezavam ou brincavam junto.
Acho até que tiveram momentos sem vigilância direta. Como quando usaram as rodas que levaram. O que deve ter sido bom para elas.
Houve corrida com ovo (cozido) que soube ter sido um sucesso.
Morena tinha nos recomendado uma série de outras brincadeiras – queimada, gincanas.
Mas os responsáveis pelo cardápio do brincar foram os pequenos convidados.
O bolo foi feito por mim e por ela.
Não passaria no meu crivo. Mas ela adorou. Os convidados também. Muita gente pediu bis. Não sobrou nada.
Os doces foram presenteados pela minha cunhada – feitos por ela. E também sumiram rápido.
Na hora da desmontagem um mutirão com os remanescentes e vizinhos.
Em pouco tempo, só deixamos pegadas.
Chegamos em um formato que nos deixou muito satisfeitos.
Felizes mesmo.
Um evento de baixo orçamento.
E alta participação coletiva.
E afetiva.