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O CORPO DE CRISTO

Para mim, feriado.

Para muita gente, bem mais que isso.

Dia Santo.

Corpo de Cristo ou Corpus Christi como é grafado no calendário.

Se eu seguisse bem católica, tanto quanto fui criada para e aconselhada a ser, eu estaria por dentro do calendário religioso.

Mas, assim de fora, é bem mais fácil saber sobre ofertas de hotéis, passagens e lugares incríveis para conhecer no feriadão, do que sobre o que se comemora no dia e a razão da escolha dele, já que não é fixo, como os primeiros de janeiro e de maio.

Perguntei a uma amiga e ela explicou. Foi a data em que Jesus deixou de aparecer aos fiéis e finalmente subiu aos céus. Acontece 40 depois da Páscoa.

Pesquisando, percebi algumas diferenças entre o que disse a minha informante e o que realmente acontece. Na verdade, a data é celebrada anualmente 60 dias depois da Páscoa (e não 40), sempre na quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade (domingo seguinte ao Domingo de Pentecostes).

As procissões em vias públicas são a forma comumente adotada para registrar a data e permitem que as pessoas possam testemunhar e adorar a representação do Corpo e Sangue de Cristo, objetivo da data, decretada no século XII, pelo Papa Urbano IV, em um momento em que a Igreja Católica viu a necessidade de que as pessoas sentissem a presença real de Cristo.

Acompanhando o noticiário vejo que em muitos lugares a procissão de Corpus Christi, evento que marca a data em muitas cidades brasileiras, arregimenta milhares de pessoas.

Outra tradição é a confecção de lindos tapetes cuidadosa e coletivamente preparados, com serragem e flores, para servir de enfeite das ruas por onde pisam e passam os religiosos.

Em uma delas, em Roraima, vejo também que um dos tapetes foi atropelado. Não por acidente, mas por dolo e intenção.

É pelo noticiário que conheço a história. De acordo com testemunhas, o condutor do veículo aparentava estar embriagado e relatou que decidiu fazê-lo por ser evangélico. Freou bruscamente em cima da imagem que, se esfacelou.

Ele seria também um policial militar. O atropelamento, a motivação, a embriaguez e a sua profissão foram ingredientes que, juntos, deram um sopão no caldeirão da Internet.

Muita gente se manifestou nos comentários da notícia. Uns disseram achar incompatíveis as informações de que estivesse embriagado e fosse evangélico.

Outros, acharam incompatível que ele seguisse qualquer credo e atropelasse um símbolo católico. Outros acharam que sujou o nome da corporação a que pertence.

Outros invocaram a Lei. Ele teria cometido crime de ódio. Intolerância Religiosa.

Para esse caso haveria remédio. Mas a sua administração é coisa que pouco se vê.

Atropelamento da fé alheia, no entanto, é coisa que se multiplica por aí. Abstrata ou concretamente.


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