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TUDO ESTÁ EM MIM

Hoje acordei querendo mudanças. Em mim.

Sou capaz de listar os meus defeitos mais prementes, o que me paralisa, o que me incomoda, o que gostaria de mudar, o que já não dá mais, o que já está muito repetitivo.

O que me enerva, o que tem me tirado de um fluxo mais positivo e justo para me colocar na vida.

A lista não é nova. É recorrente. É de anos, décadas.

E posso até dizer que já me dediquei, mesmo que pareça não ter sido com a força necessária, a entendê-la, a curá-la, a transformá-la.

Queria dizer agora que foi tudo em vão. Mas não vou me precipitar. Vou me dar a colher de chá de assumir que cada passo me pôs em movimento, mesmo que lento, que me leva, mesmo que imperceptivelmente, onde eu quero chegar na caminhada interna, por entre meus vales e montanhas, florestas e desertos, pântanos e charcos.

Por entre meus vulcões, tsunamis, incêndios e enchentes.

Tudo está em mim. Eu sou o tudo e o todo. O todo é onde quero chegar.

Ao sertão de minha solidão, como diria Belchior.

Hoje acordei querendo encurtar essa trilha. Pegar algum atalho viável. É que eu já não aguento ser refém de auto sequestros, porque cada dia a menos não volta, porque cada escuro esconde uma luz que não foi enxergada.

Quero não apenas enxergar a luz, mas estar dentro dela, ser ela, consequentemente.

Quero enxergar tudo. E embora essa vontade sempre esteja ou estivesse em mim, hoje acordei querendo que seja agora a passagem e a viagem entre a vontade e sua consecução.

E é engraçado e bom sentir isso porque não foi assim ontem, antes de ontem, mês passado.

Está sendo assim hoje. E mais do que poder expressar isso em palavras, sinto como uma atitude, uma onda me banhando por dentro, uma limpeza, um insight, um novo momento.

E quero muito que essa vontade não cesse, que esse desejo não esmoreça, que seja um novo caminhar, mas que ele prossiga, que não seja fogo de palha.

Que seja agora ou nunca.

Tudo me leva a crer que a bolsa estourou, que o bebê coroou, que eu queimo, assim como uma vagina em hora de parto, porque se aproxima o momento de expulsar, com rara alegria, algo que maturou, que ganhou o direito de surgir, sair, nascer.

Porque tem horas que as coisas, os hábitos, os dogmas, as palavras que usamos para dar justificativas a nós mesmos e ao mundo se tornam muito iguais, repetitivas, figurinhas carimbadas.

Não colam mais para nós e nem para ninguém.

Perdemos a credibilidade para nós e para os outros. Todo mundo vê o que acontece conosco, nossas artimanhas, nossos boicotes, nossas desculpas, nossos círculos viciosos, menos nós.

Aí, nos cansamos de tudo, tudo parece se cansar também.

E apenas uma energia dissonante é retroalimentada.

A gente vai se sentindo em solidão e não consegue acolher a solitude.

E o caminho, se virar labirinto, não tem volta nem saída.

E o caminho é individual. Embora concorde com Gonzaguinha quando diz que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente.

É por isso mesmo que hoje acordei querendo mudanças.

Em mim.


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